Rumo aos 60 anos


Data da Postagem: 10 de Fevereiro de 2023

Rumo aos 60 anos


A Paróquia Santa Maria Goretti foi criada na manhã de Domingo, do dia 3 de setembro de 1964, pelo primeiro Bispo Diocesano, Dom Jaime Luiz Coelho, sendo nomeado, como primeiro padre, Pe. Raimundo Le Goff. Os Pioneiros da fé, em fontes Paroquial ou em rodas de conversa, testemunham aquele dia memorável, que marcou suas vidas, e que colocou os fundamentos da nossa caminhada paroquial. De fato, aquela manhã primaveril do mês da Bíblia, sob a simplicidade de lonas da roça, tendo ainda no ar o cheiro do mato roçado para a grande festa: a Santa Missa. Para aqueles que o conheceram, dá para ouvir a voz do saudoso Bispo, olhando àquela multidão de origem e costumes campesinos, sobre o palco improvisado: "Meus queridos diocesanos", iniciamos hoje um novo tempo, sob o olhar, modelo e intercessão da pequena Santa Maria Goretti .


O certo é que desde aquela primeira Santa Missa campal, nunca mais o Sagrado Altar da Paróquia deixou de celebrar o Amor redentor. Quanta memória! Quanta história! Quantas vidas transformadas!


Agora temos a missão de pensar e celebrar o ano Jubilar: 60 anos alimentados pelas Mesas da Palavra e da Eucaristia, vivendo em comunidade de fé, esperança e caridade.


Para tanto, na noite dessa última quarta-feira, 8, reuniu-se uma equipe, de membros das diferentes pastorais e movimentos, para um início de conversa Jubilar. Rezemos por ela.


A princípio, a equipe pensou três pilares - Fé, Esperança e Caridade -, com três três eixos: reflexão, cultura e celebração - para iluminar e nortear todas as atividades jubilares, que serão apresentadas e aprovadas pelo Conselho Pastoral Paroquial (CPP). O certo é queremos viver intensamente o Ano Jubilar, tempo de graça, reconciliação, fé, paz e celebração, reconhecendo a presença e as graças de Deus na vida e missão da Igreja ontem e hoje, na esperança e certeza de que a mão do Senhor sempre estará sobre nós.


Para nos colocar no clima Jubilar, o Diác. Jones Sores fez uma breve pesquisa do sentido do Ano Jubilar.


"A palavra jubileu, na Tradição Judaica, vem do hebraico, yovel. Refere-se ao carneiro, cujo chifre foi usado para anunciar o ano festivo. Outra explicação é que yovel vem do verbo hebraico que significa trazer de volta, pois os escravos voltavam a seu estado anterior de liberdade, e os terrenos também voltavam aos proprietários originais. A festa do Jubileu está alicerçado na Torá: Ex 23,10-11, Lv 25,1-28, Dt 15,1-6

Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam. Este ano será para vós Jubileu: cada um de vós voltará à sua propriedade e à sua família. (Lv 25,10)

Segundo a Torá, o ideal era que o Jubileu, fosse um tempo de Paz e Reconciliação, um tempo de Festa e Perdão. Um tempo de Graça Divina.

Assim o Jubileu não significa comemoração de uma data festiva (como é umaniversário), mas um processo de olhar a história e nela perceber os caminhos da fé, voltar-se para Deus agradecendo pelas graças que acompanhou esta vida de fé. Tempo também de Perdão e trazer de volta os que ficaram distanciados. Já na Tradição Cristã, o primeiro Jubileu cristão foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, em 22 de fevereiro de 1300 com a bula Antiquorum fide relatio. Este Jubileu, agora, tem uma nova dimensão e um novo significado: Com ele foi promulgada a Indulgêncfia Plenária com a peregrinação a Roma, aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo,. O contínuo fluxo de peregrinos levou Bonifácio VIII a convocar um Jubileu a cada cem anos e a promulgar a indulgência plenária.

Ao longo da história, com o Cisma do Ocidente, a Reforma Protestante e questões políticas o tempo do Jubileu irá se modificar.

Nos últimos tempos, vivenciamos o Jubileu para o novo milênio, que iria celebrar os 2000 anos da Encarnação. O Papa João Paulo II na Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente promulga um tempo de Jubileu. Com esta carta o papa começava a preparar a Igreja para o Grande Jubileu que aconteceria em 2 fases: Na primeira fase, entre os anos de 1994 a 1996, foram anos antepreparatórios. Foi um tempo de consciencialização da Igreja, preparação de documentos para formação, preparação da liturgia, divulgação. Na segunda fase o papa convidava a Igreja Católica no mundo inteiro a celebrar um triênio: Em 1997: Ano de Jesus Cristo, do sacramento do Batismo e da Virtude Teologal da Fé. Em 1998 Ano do Espírito Santo, do sacramento da Confirmação e da Virtude Teologal da Esperança. E em 1999 Ano de Deus Pai, do sacramento da Reconciliação e da Virtude Teologal da Caridade.

No ano de 2015, o Papa Francisco convocou um Jubileu Extraordinário, com ênfase na Misericórdia. No dia 08 de dezembro de 2015, foi aberta a Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em 13 de dezembro do mesmo ano, foi aberta a Porta Santa na catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, e em todas as Igrejas Catedrais do Mundo. Com esta proposta, deixa o Jubileu de ser festejado só no Vaticano. Passa a ser celebrado e vivido em todas as Igrejas".


Que o tempo do jubileu nos ajude a bem viver nossa fé, com o coração voltado para o Alto.


Pe. Reginaldo Teruel Anselmo

Paróquia Sta Maria Goretti