Chamados ao Amor


Data da Postagem: 14 de Agosto de 2018

        Olá, queridas irmãs e irmãos, paz e alegria!

    Muitos de nós já ouvimos dizer que o mês de agosto é o mês vocacional. E, desde pequenos, acompanhamos um movimento diferente - quer na catequese, quer nos grupos, quer nas celebrações - ao entorno desta reflexão. O próprio calendário nos convida à esta realidade, quando nos propõe as datas dos dias dos padres, dos pais, dos religiosos, dos catequistas. A própria Semana Nacional da Família acontece neste lindo tempo, onde a família, alicerçada no Evangelho, ganha vida e é chamada a viver a dimensão do amor. O certo, é que a vocação é um tema muito importante para a vida e missão da Igreja, porque nos fala do mistério do nosso Deus que não se fecha em si mesmo, mas se abre e chama a todos a participar do seu projeto de amor. É um tema caro porque fala, diretamente, da fecundidade de Deus, de um Deus criativo e original, que nas diferentes pessoas manifesta o seu amor. É um tema de extrema importância, pois nas diferentes vocações, testemunha a ação de Deus que cuida do seu povo, suscitando, do meio da humanidade, as novas vocações, segundo a necessidade da sua família.

    Neste sentido, como já aprendemos, a vida é o primeiro chamado, é o grande dom Dele repartido a todos nós. É Ele o autor da vida. Como diz o profeta, já estávamos em seus pensamentos antes mesmos de sermos tecidos no ventre de nossas mães. A vida é dom, e se é dom, é dada por alguém, por Ele. É o autor da vida e o seu sustentador. É companheiro na jornada. É alimento salutar, a fim de que a vida chegue a vocação plena.

    Depois, dando um passo a mais, aprendemos que a santidade é a nossa segunda vocação. A partir do batismo, começamos um processo de “imitação de Deus”, um processo de santificação. Mas santidade não é um simples repetir atos que outros fizeram. Quando o apóstolo São Paulo propõe à comunidade o convite à esta imitação (Ef 4,30.5,2), ele deixa muito claro uma dinâmica de mudança de vida, que passa pela eliminação do que não é bom na pessoa, a fim de que cresça nela o amor. É justamente sobre este tema, chamados à santidade, que o Papa Francisco nos escreveu, em sua nova exortação – Gaudete et Exsultate – nos lembra muito bem desta proposta que abarca a todos. Somos chamados a mergulhar no mistério amoroso de Deus. Por isto, imitá-lo é um privilégio, não um fardo.

    Seguindo este mesmo pensamento, lembramos que a nossa Igreja nos tem motivado a um novo projeto: Cada comunidade uma nova vocação. A missão de cada um, em grupo, em família, em comunidade é rezar, todos os dias, uma dezena do santo terço em prol das vocações. Um projeto que nos responsabiliza todos e que ao mesmo tempo quer nos despertar para esta consciência de que todos são chamados, e todos temos que encontrar, na comunidade e na sociedade, o nosso lugar. É aqui, onde estamos e estivermos, que se dá e se dará o processo de imitação de Deus, de santificação.

    Por fim podemos dizer que a resposta que cada um dá ao chamado é fruto desta primeira experiência do amor de Deus. Como aos discípulos, o Senhor Jesus nos convida a estar com Ele, e não para fazer coisas. Assim, o processo de imitação não pode ser concebido em fazer coisas sem antes ter estado com Ele. A fonte é o Senhor. É Ele mesmo quem nos dá a vocação. Ele é quem nos ama por primeiro. É Ele quem nos ensina a amar. É Ele quem nos desperta para o bem. É Ele quem nos espera de braços abertos. E é, a partir deste encontro, e em seu nome, que nós cooperamos. Deste jeito a vida fica mais saborosa, a missão mais encantadora, e os desafios encarados.

    Caros irmãos e irmãs, ao longo deste mês, rendamos graças ao bom Deus pela vida e missão de todas as pessoas de fé que, tendo ouvido a sua voz e atendido o seu convite, têm feito a diferença em nossas comunidades.

“Vocação acertada, futuro feliz”.

Um abraço carinhoso.