São José!


Data da Postagem: 20 de Março de 2019

Queridas irmãs e irmãos, salve São José!

Image title


Saúdo especialmente os devotos de São José, bem como aqueles e aquelas que o trazem, em seus nomes. Que presente! E carinhosamente, saúdo todos vocês que, após um dia tão chuvoso e de trabalho, estudos e atividades, se dispuseram a santificar este dia tão especial à toda Igreja. Bênçãos de Deus, por meio de São José, a todos.

Ainda trazemos fresco em nossa memória, as palavras de São Paulo a Igreja de Filipo, quando o mesmo apresentava dois tipos de cristão: cidadão do céu, e inimigo da cruz de Cristo.

São José, sem sombra de dúvidas, é um cidadão do céu. E por isto o reverenciamos. Sua vida nos aponta o destino da humanidade. Em nada, se parece aos inimigos da cruz de Cristo.

É verdade que sabemos pouco a seu respeito. As poucas virtudes enaltecidas no próprio evangelho, é que nos leva a seguir seus passos, e a escrever tantas coisas lindas a seu respeito.

A preocupação do Evangelho é narrar a centralidade de Jesus. Porém, ao profundarmos sobre a vida de Jesus, ele mesmo ilumina a cada uma das pessoas que aparecem no livro sagrado.

Mateus, Lucas e João, destacam alguns dados deste homem de Deus. Nos fala sobre sua linhagem, sua profissão, sua crise, suas lutas. Nos fala dos seus sonhos. Sobretudo hoje, a liturgia fala da justiça de José, que é aquela de Deus, isto é, não obedece a lei dos homens, mas a justiça de Deus. É o homem que sonha os sonhos de Deus. Mas não só, que o obedece: ao “despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher”.

Fala ainda da capacidade de sonhar várias vezes os sonhos de Deus. O que significa, uma constância em sua vida. Deus lhe fala, em sonho, do que irá acontecer. Deus lhe fala, em sonho, a hora de partir. Deus lhe fala, em sonho, a hora de regressar. E podemos dizer, que Deus lhe confidencia, em sonho, o seu projeto salvífico. José é íntimo de Deus.

 Não só o sonho é uma constância em sua vida, mas a obediência da fé o torna homem da entrega total a Deus. Isto se prova, quando na madrugada, nas noites escuras e obscuras, ele não reluta em levantar-se e a pôr-se a caminho, na direção que o Senhor lhe apontava, levando consigo Mãe e Filho. É um homem corajoso, forte, destemido. E sabe, pela fé, que Deus está ao seu lado.

Uma última vez o vemos no templo, com Maria, na busca e na alegria do encontro do Menino no Templo. E assim, teremos um grande silêncio da sua pessoa no evangelho. Como sempre foi, discreto, mas presente e atuante.

O certo, que na maioria das vezes que os evangelhos narram algo sobre José, o revela no mesmo cenário da Mãe e do Filho. Repetidas vezes, o que significa, que foi fiel a aliança feito ao Senhor: protetor e cuidador da Arca e da Aliança, isto é, da Mãe e do Filho, de Maria e de Jesus.

Mas nada sabemos com quantos anos casou-se com a Virgem. Sabemos que naquela tradição os rapazes casavam-se dos 20 aos 30 anos. Nada os evangelhos narram quanto a sua morte. Também algumas tradições dizem que Jesus teria 20 anos quando José morreu. Nada podemos afirmar.

Porém, a vida de muitos santos e muitos papas foram inspiradas por este homem.

Nesta tarde fiz uma breve pesquisa, brevíssima na verdade, sobre alguns papas, e que revelam o que o Magistério da Igreja pensa e afirma acerca do glorioso São José, uma vez que desde muito cedo a devoção a São José como guardião do Senhor, foi vivida e incentivada pelos pontífices.

Primeiro dizer que ele é padroeiro: da Igreja universal, boa morte, das famílias, dos pais, das mulheres grávidas, dos viajantes, dos imigrantes, dos artesãos, dos engenheiros, dos trabalhadores e de vários Países. Sua memória e celebrada três vezes na liturgia: 19 de março, 01 de maio e no domingo da Sagrada Família. Além de vê-lo em adoração na noite santa do natal de Jesus, em Belém, junto da Virgem. Que privilégio o de São José!

Quanto aos papas:

Foi o Papa Sisto V – no século XV – que, a pedido dos bispos da época, fixou a data 19 de março como festa a São José.

Já o papa Pio IX, com o Decreto Quemadmodum Deus 8 de dezembro de 1870 – o declara Patriarca patrono da Igreja Católica. Em um momento muito difícil da história da Igreja, que ao compará-lo a José do Egito, dirá que Deus “na plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Filho legítimo Salvador do mundo, escolheu um outro José, do qual o primeiro era figura, o fez Senhor e Príncipe de sua casa e propriedade e o elegeu guarda dos seus tesouros mais preciosos”. “Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver, José não só viu, mas com Ele conviveu e com paterno afeto abraçou e beijou; e além disso, nutriu cuidadosamente Aquele que o povo fiel comeria como pão descido dos céus para conseguir a vida eterna”

Pouco depois, a 15 de agosto de 1889 o papa Leão XIII publica a encíclica Quamquam pluries, sobre a devoção a São José, apresentando a toda Igreja algumas balizas para esta salutar devoção. O papa destacará que a vocação de São José foi a de cuidar e proteger a Virgem Maria e a Jesus. E esta foi a forma de santificar-se. Como esposo fiel ao matrimônio. Como pai zeloso de Jesus. Como testemunho a comunidade. Assim, como cuidador, chefe e cabeça da Sagrada Família, ele “foi companheiro incansável, que ajudou e confortou a Virgem e o Menino”.

Bento XV: Moto próprio Bonum sane (25-06-1920), ao trata sobre a devoção a são José, destaca que naqueles tempos difíceis, como em outros tempos, de pós guerra, de morte, de separação, muitas congregações, inspiradas em São José devolveram vida, dignidade e esperança a muitos. A guerra é um mal, afasta o homem de si mesmo, do outro e de Deus. Afasta o olhar do amor, da esposa e dos filhos e da vida, e o faz ver somente um inimigo diante de si. Não mais um igual.

Em 1961 o papa João XXIII – na Carta Apostólica Le Voci – confia o Concílio Vaticano II a sua proteção. Revelando que sua devoção nos da consciência eclesial, isto é, ajuda a ser igreja.

Pouco depois, o papa Paulo VI – na Alocução de 19 de março de 1969 – assinala que “a Igreja invoca-o como protetor, por um desejo profundo e atualíssimo de rejuvenescer a sua existência secular, com autenticas virtudes evangélicas, como as que refulgem em São José”.

Já o papa João Paulo II em sua exortação apostólica  Redemptoris Custos de 15 de agosto de 1989, ao falar sobre a figura e missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, enfatiza a sua religiosa escuta da Palavra de Deus. José cuidou e guardou com amor a Maria e ao Menino, e assim o fazer também hoje com a Igreja de Jesus.

O papa Bento XVI, no Angelus de 13 de março 2006, ao falar da missão de são José dirá: “sua missão se desempenhou na humildade e no escondimento da casa de Nazaré. [...] O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência divina nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprir com entusiasmo a grande e difícil missão educativa”.

Por fim, nos últimos tempos temos aprendido com o Papa Francisco uma linda e fecunda devoção, o qual a revelara em Manila, nas Filipinas, durante o Encontro Mundial das Famílias, 16 de janeiro de 2015. Revelou as famílias e ao mundo a sua devoção, deixando transparecer sua confiança e admiração na força mediadora do pai adotivo de Jesus. Disse: “Amo muito são José, porque é um homem forte e silencioso. Na minha escrivaninha tenho uma imagem de São José que dorme e, quando tenho um problema, uma dificuldade, escrevo um bilhetinho e meto-o embaixo da imagem de São José para que o sonhe. Este gesto significa: reza por este problema”.

Queridos irmãos e irmãs, termino lembrando a oração rezamos hoje na liturgia, que revela que não estamos sozinhos, mas que caminhamos nas vias da santidade e justiça amparados por sua intercessão e exemplo.

Eu sei que muitos de nós, nestes tempos desafiadores e obscuros, esperamos uma nova primavera na nossa história. Aprendamos com nosso pai e irmão, São José, a sonhar os sonhos de Deus, e a termos coragem de levantar-nos e colocar-nos a caminho, para sua realização. A obediência da fé de São José, nos lembra também a nossa, de deixar-nos guiar por Deus. Sempre.

Cofiemos em São José. O imitemos. Suas virtudes são para nós como que faróis. Dele, aprendemos que a nossa missão nesta vida é servir a pessoa e a missão de Jesus mediante a nossa vida, que é um dom à humanidade.

Valei-nos são José. Em nossos combates; nesta hora, e na hora da morte. Amém.

Image title



Oração a São José

A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.

Por esse laço sagrado de caridade, que os uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder.

Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo.

Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.

Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade.

Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja. Amém.

São José. Rogai por nós.

Papa Leaõ XIII