Diante do Altar


Data da Postagem: 01 de Novembro de 2022

Diante do Altar


Embora iremos celebrar, solenemente, no próximo fim de semana, hoje lembramos, no calendário litúrgico, o Dia de todos os Santos.


Esta solenidade fala do projeto originário do Senhor. Segundo a fé católica (CIC) Adão e Eva foram criados com uma santidade original. Foram criados a imagem e semelhança do Senhor. Quando falamos de santidade original, estamos dizendo que a vocação da humanidade é a comunhão com o Senhor. Ninguém, no plano amoroso do Senhor, foi pensado fora desta comunhão (cf. Sb 11-12). Ao optarem pelo pecado, a desobediência, perderam esta comunhão, levando toda a humanidade para fora do Éden, da comunhão. Graças a Jesus Cristo que, com o seu Sangue Redentor, estabeleceu a Nova e Eterna Aliança, as portas que estavam fechadas foram escancaradas. O seu sagrado Coração foi rasgado, ou ainda, aberto para sempre e para todos. Bendita lança que revelou à humanidade o coração dilatado de amor de um Deus apaixonado. E quando participamos da Sagrada Eucaristia, comungando do Seu Corpo e Sangue, fazemos comunhão com o Senhor e com o seu Reino, que também é nosso. Antecipamos na terra o que será definitivo na glória: a comunhão com o Senhor. Santidade, portanto, é comunhão com o Senhor e com o seu Reino de amor. Eis a nossa vocação.


Nesta manhã, com chuva e friozinho, meditamos os mistérios da nossa redenção, rezando em comunidade o sagrado rosário. Praticamente duas horas percorrendo todo o cemitério, rezando pelas almas do Purgatório, pelas famílias enlutadas, por aqueles que têm medo da morte e, a nós, pedindo uma santa morte.


Rezar no cemitério é importante, uma vez que ele nos faz pensar naquela realidade que nos toca a todos, a morte, bem como, no projeto amoroso do Senhor, a comunhão restaurada no bendito Sangue do Cordeiro, a vida eterna.


Por fim, na fé da Igreja, importante lembrar que de hoje, 1º, até o dia 8 de novembro, temos a graça de receber e oferecer à oito pessoas que já partiram, oito indulgências plenárias (Indulgentiarum Dictrina, Constituição Apostólica de Paulo VI, 1º de janeiro de 1967). As indulgências são benefícios da misericórdia do Senhor oferecidos à todos nós, diante das marcas que o pecado, mesmo confessado e perdoado, deixou em nós.


Muito me ajuda, para melhor acolher e celebrar as indulgências, a imagem da Igreja como Corpo de Cristo (cf. Ef 4). Assim como o Cristo, cabeça, é um, a Igreja, seu corpo, também é um. É a Igreja que está na presença do Cordeiro. É ela que tem sua roupa lavada no Sangue do Cordeiro. Mas que Igreja? A Igreja una que é: triunfante (cf. Ap 7,13), purgante e peregrina. A Igreja que está diante do Altar: no céu, no purgatório e na terra. A mãe Igreja que intercede por seus filhos, a fim de que as correntes do pecado e da morte sejam rompidas (cf. At 12). As indulgências falam de uma oração de purificação que a Igreja, intercessora, na presença do Altar, oferece aos seus filhos, marcados pelas consequências do pecado. Com as Indulgências podemos auxiliar aqueles que já partiram. Com as Indulgências mostramos o nosso amor àqueles que fizeram a sua páscoa.


Sendo assim, que possamos bem viver e responder as graças do Senhor, enquanto há tempo.


Pe. Reginaldo Teruel Anselmo