"Para quem tem fé, tudo é possível”


Data da Postagem: 09 de Stembro de 2023

O logotipo comemorativo

Assim como Deus é simples, o nosso logotipo jubilar também o é.

Quando paramos para pensar o Ano Jubilar, descobrimos que tínhamos um longo caminho à frente, marcado por cronogramas e por várias escolhas, entre elas, o logotipo, aquele símbolo que deverá acompanhar todo este ciclo, trazendo nele as memórias da nossa história, luzes para a caminhada e a festa da celebração do presente. Em conversa com o artista sacro, Diác. Anselmo José Frugério, fiz uma partilha da expectativa das lideranças, falei do desejo da comunidade e lhe apresentei o lema escolhido – “Para quem tem fé, tudo é possível” (Mc 9,23). Meses depois, ele me apresentou algumas ideias que, como um diamante vai sendo lapidado, fomos juntos definindo-o, até chegar neste belo e significativo sinal que, neste texto, busco apresentar-vos as minhas percepções e interpretação, certo de que cada um poderá ser tocado, inspirado a algo que transcende o simbólico e a qualquer explicação.

Grande círculo: logo de início vemos um grande círculo. O círculo, que não tem nem início e nem fim, é sinal do eterno. Deus é o princípio e o fim de todas as coisas. É Ele quem estabelece a aliança com o povo. Na tradição bíblica, é sempre Deus quem toma a iniciativa. Da parte de Deus, sempre há fidelidade à aliança firmada.

Cor dourada: na arte sacra, a cor dourada remete o divino, Deus.

Pequeno círculo: continuando a olhar, vemos dentro do grande círculo – lembrando que é Deus quem sempre toma a iniciativa na aliança – temos um círculo menor, de cor marrom. Ele está dentro do grande círculo, justamente porque a Santíssima Trindade introduz a pessoa humana dentro do seu mistério de amor. Não se trata de um antropocentrismo, isto é, o homem no centro de todas as coisas. Deus é o centro de todas as coisas e deve estar no centro da vida humana. O homem só está no centro, porque Deus, Uno-Trino, o atrai, o insere e o convida a participar do seu mistério amoroso. Segundo a tradição bíblica, o homem é infiel a aliança firmada com o Senhor. Porém, o Senhor, que nunca desiste da pessoa humana, continua atraindo-a à comunhão de amor, pois somente Nela, ela encontra a felicidade.

Cor marrom: segundo a arte sacra, a cor marrom indica justamente a humanidade, sua fragilidade e finitude, um ser limitado, criatura.

Cruz: vemos uma grande Cruz, a Cruz Redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo. No mistério da encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, temos a nova e eterna aliança, selada em seu sangue redentor. Na cruz, nosso Senhor pagou o preço do resgate com o seu sangue precioso. A Cruz também é uma constante lembrança do valor da dignidade humana: o sangue precioso de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nota-se que a Cruz atravessa o pequeno círculo e os une. Uma aliança firmada no sangue derramado do Cordeiro imolado. É o mistério da fé: o Verbo, sem perder a sua condição divina, se encarna, ganhando um corpo humano. No mistério Divino, o Senhor glorificado, ao voltar para o ceio da Trindade, leva igualmente a natureza humanar. A sagrada Cruz é o primeiro sinal com que se marca a fronte do catecúmeno. É o sinal da acolhida da Igreja, Corpo Místico de Cristo, ao novo cristão. É o sinal com que se inicia e conclui a oração cristã. A Cruz do logotipo faz referência a grande Cruz que está à frente da Igreja Matriz, como um sinal, para nós e para todos que por ali passam, da vitória. Trata-se da Igreja, que é congregada pelo Espírito, no Cristo, para o Pai, celebrando-O e aguardando-O, e não um grupo de aglomerado de pessoas. Pela sua dimensão, ela aponta o céu. A Cruz redentora, aponta-nos o caminho da Salvação.

Números seis e zero: depois vemos o número seis, que, com o zero, somam sessenta. São seis decanas do anúncio do Evangelho nas terras da Zona 7, 3 de setembro de 1964 a 3 de setembro de 2024. O seis indica, portanto, os sessenta anos de missão, marcados pela vida, doação e testemunho de todos os batizados, desde os nossos pioneiros da fé, aos quais lembramos com tanto carinho e gratidão, os que foram chegando e escolheram a nossa paróquia como seu lar, como cada um de nós, desenhadores do presente, construtores do futuro, gratos pelo passado. Por isso, um povo peregrino que anuncia, com voz forte e passos firmes, sob a proteção e condução da Trindade Santa e intercessão da princesinha do perdão, nossa Marietta, que “Para quem tem fé, tudo é possível” (Mc 9,23).